Vaticano vai debater uso de células-tronco

Vaticano vai debater uso de células-tronco

Por: Nicole Melhado Da Redação, com Boletim da Santa Sé Os esclarecimentos sobre a Convenção que discutirá as células-tronco adultas foram feitos pelo Reverendo Tomasz Trafny e pela cientista Robin L. Smith O Vaticano realizará entre os dias 9 e 11 de novembro uma Convenção Internacional intitulada “Células-Tronco: a ciência e o futuro do homem e da cultura” (tradução livre)

Por: Nicole Melhado Da Redação, com Boletim da Santa Sé

Os esclarecimentos sobre a Convenção que discutirá as células-tronco adultas foram feitos pelo Reverendo Tomasz Trafny e pela cientista Robin L. Smith

O Vaticano realizará entre os dias 9 e 11 de novembro uma Convenção Internacional intitulada “Células-Tronco: a ciência e o futuro do homem e da cultura” (tradução livre). O anúncio foi feito na manhã desta quinta-feira, 16, por membros do Departamento Ciência e Fé do Pontifício Conselho da Cultura durante uma coletiva de imprensa na Sala João Paulo II.

“Seguramente, muitos se perguntam: por que o Pontifício Conselho da Cultura está envolvido na questão das células-tronco adultas? A resposta cai sobre a missão do nosso dicastério, chamado a dialogar com toda a expressão da cultura contemporânea, fortemente imbuída e moldada pela ciência”, explicou o Diretor do Departamento Ciência e Fé, padre Tomasz Trafny.

Segundo os membros do dicastério, presentes na coletiva, já há algum tempo este pontifício conselho está empenhado na promoção de um sério diálogo entre as ciências naturais e humanas, especialmente filosofia e teologia. A escolha de indagar sobre o uso das células-tronco adultas é, assim, uma natural consequência de um percurso iniciado alguns anos atrás.

“O interesse, portanto, que temos nesta questão em particular é bastante limitado. Destina-se a explorar o impacto cultural da pesquisa sobre células-tronco adultas e a medicina regenerativa, a médio e longo prazo. Tudo tem sua origem em uma dupla convicção”, esclareceram.

Para o Vaticano, promover diálogos como esse é essencial, visto que a medicina hoje interage com todas as dimensões da cultura: social, legislativa, filosófica-teológica e econômica.

Trabalho em conjunto

Neste sentido, a companhia internacional biofarmacêutica NeoStem está trabalhando em conjunto com o Vaticano para partilhar “valores éticos que veem em sua essência a proteção da vida humana em todas as fases do seu desenvolvimento”, destaca a cientista americana Robin L. Smith, presidente e diretora executiva da NeoStem.

A companhia, ressalta a cientista, tem interesse em indagar os impactos culturais que possam haver com as descobertas científicas resultantes da investigação em células-estaminais adultas.

“Hoje não é de se espantar que uma indústria biofarmacêutica tenha forte interesse sobre a tutela da vida em sua totalidade, havendo ao mesmo tempo interesse em indagar a cultura. Por este motivo, pensamos em formalizar uma colaboração. Já há mais de um ano estamos traçando possibilidades para desenvolver isso”, conta a presidente da NeoStem.

O primeiro fruto prático desta colaboração será a convenção em novembro, para a qual o Vaticano quer convidar todos os bispos, embaixadores credenciados junto a Santa Sé, ministros de saúde dos diversos países, líderes de opinião e meios de comunicação.

“Esperamos que estejam presentes pessoas que partilhem da mesma sensibilidade para a realidade dos valores éticos e o desejo de promover o diálogo entre ciência e religião”, destaca o diretor do Departamento Ciência e Fé.

Construção de diálogos

Também está nos planos do Vaticano desenvolver projetos com a ajuda de estudantes das universidades pontifícias e instituições católicas de ensino sobre temas ligados ao diálogo entre as ciências naturais e humanas.

“Desejamos também alcançar um amplo público, especialmente os fiéis e operadores de pastorais nos vários níveis que algumas vezes encontram dificuldades para entender alguns problemas complexos relacionados com a ciência, filosofia e teologia.  Bem como, aqueles que não tem conhecimento científico, mas desejam ter não só uma correta informação sobre esses temas, como também a disponibilidade de ter uma formação clara”, salienta o sacerdote.

No fim da coletiva, foi recordada uma famosa carta de João Paulo II escrita ao padre George Coyne que diz: “Com o crescimento do diálogo e da comunhão existirá um progresso em direção a mútua compreensão e uma gradual descoberta de interesses comuns que formam as bases para novas buscas e discussões”.

“Nós acreditamos no diálogo e estamos abertos a explorar os possíveis percursos de colaboração com várias instituições e cientistas que queiram contribuir para a aproximação recíproca entre ciência e religião para uma cultura do futuro baseada em grandes valores”, concluiu o diretor do Departamento Ciência e Fé.

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