Solenidade de Pentecostes – 2011

Solenidade de Pentecostes – 2011

Por: Leonardo Meira Da Redação ”O Senhor sopra na nossa alma um novo sopro de vida, o Espírito Santo, a sua mais íntima essência”, destacou o Papa Bento XVI durante a homilia O Papa Bento XVI presidiu a celebração da Santa Missa na Solenidade de Pentecostes na manhã deste domingo, 12, na Basílica de São Pedro, no Vaticano. “O Espírito Santo anima a Igreja. Ela não deriva da vontade humana, da reflexão, da habilidade do homem e da sua capacidade organizativa, posto que se assim fosse já há tempos estaria extinta, assim como passa cada coisa humana.

Por: Leonardo Meira Da Redação

”O Senhor sopra na nossa alma um novo sopro de vida, o Espírito Santo, a sua mais íntima essência”, destacou o Papa Bento XVI durante a homilia

O Papa Bento XVI presidiu a celebração da Santa Missa na Solenidade de Pentecostes na manhã deste domingo, 12, na Basílica de São Pedro, no Vaticano.

“O Espírito Santo anima a Igreja. Ela não deriva da vontade humana, da reflexão, da habilidade do homem e da sua capacidade organizativa, posto que se assim fosse já há tempos estaria extinta, assim como passa cada coisa humana. Ela é, ao contrário, o Corpo de Cristo, animado pelo Espírito Santo”, salientou o Pontífice.

O Santo Padre assinalou que as imagens do vento e do fogo, usadas por São Lucas para representar a vinda do Espírito Santo (cf. At 2,2-3), recordam o Sinai, onde Deus revelou-se ao povo de Israel e lhe havia concedido a sua aliança. Nesse sentido, Pentecostes é representado como um novo Sinai, como o dom de um novo Pacto em que a aliança com Israel é estendida a todos os povos da Terra.

“A extensão do Pacto a todos os povos da Terra é representada por São Lucas através de um elenco de populações consideráveis por aquela época (cf. At 2,9-11). Com isso, nos é dita uma coisa muito importante: que a Igreja é católica desde o primeiro momento, que a sua universalidade não é o fruto da inclusão sucessiva de diversas comunidades. Desde o primeiro instante, de fato, o Espírito Santo a criou como a Igreja de todos os povos; essa abraça o mundo inteiro, supera todas as fronteiras de raça, classe, nação; abate todas as barreiras e une os homens na profissão do Deus uno e trino. Desde o início a Igreja é una, católica e apostólica: essa é a sua verdadeira natureza e como tal deve ser reconhecida. Ela é santa, não graças à capacidade dos seus membros, mas porque Deus mesmo, com o seu Espírito, cria-a, purifica-a e santifica-a sempre”, destacou.

O Papa citou particularmente uma expressão do Evangelho – “os discípulos alegraram-se ao ver o Senhor” (Jo 20, 20) -, quando o evangelista narra o aparecimento de Jesus em meio aos apóstolos reunidos, a portas fechadas, no Cenáculo

“Essas palavras são profundamente humanas, O Amigo perdido está de novo presente, e quem antes estava chateado se alegra. Sim, é belo viver porque sou amado, e é a Verdade que me ama. Alegraram-se os discípulos, vendo o Senhor. Hoje, em Pentecostes, essa expressão é destinada também a nós, porque na fé podemos vê-Lo; na fé Ele vem entre nós e também a nós mostra as mãos e o lado, e nós nos alegramos. Por isso queremos rezar: Senhor, mostra-te! Dá-nos o dom da tua presença, e teremos o dom mais belo: a tua alegria. Amém!”, salientou.

Espírito Criador e Espírito Santo: um só e o mesmo

Na liturgia de Pentecostes, à narração dos Atos dos Apóstolos sobre o nascimento da Igreja (cf. At 2,1-11) corresponde o salmo 103, um louvor a toda a criação, que exalta o Espírito Criador, o qual fez tudo com sabedoria, explica o Pontífice.

“Aquilo que deseja dizer-vos a Igreja é isto: o Espírito Criador de todas as coisas e o Espírito Santo que Cristo fez descer do Pai sobre a comunidade dos discípulos são um e o mesmo: criação e redenção se pertencem reciprocamente e constituem, em profundidade, um único mistério de amor e de salvação. O Espírito Santo é, antes de tudo, o Espírito Criador e, portanto, Pentecostes é a festa da criação. Para nós, cristãos, o mundo é fruto de um ato de amor de Deus. […] Deus, por isso, não é o totalmente Outro, inominável e obscuro. Deus revela-se, tem um rosto, Deus é razão, Deus é vontade, Deus é amor, Deus é beleza. A fé no Espírito Criador e a fé no Espírito que o Cristo Ressuscitado dá aos Apóstolos e dá a cada um de nós estão, portanto, inseparavelmente unidas”.

Também é o Espírito que faz reconhecer em Cristo o Senhor e faz pronunciar a profissão de fé da Igreja: “Jesus é o Senhor” (cf. 1 Cor 12,3b). “O Credo da Igreja é nada mais que desenvolvimento disto que se diz com esta simples afirmação: ‘Jesus é o Senhor’. […] Se desejamos estar no Espírito, devemos aderir a esse Credo. Fazendo-o nosso, aceitando-o como nossa palavra, adentramos na obra do Espírito Santo. […] No Credo forma-se a nova comunidade da Igreja de Deus”, disse o Papa.

Bento XVI afirmou que a expressão “Jesus é o Senhor” também pode ser lida nos dois sentidos: Jesus é Deus, e contemporaneamente: Deus é Jesus. “O Espírito Santo ilumina esta reciprocidade: Jesus tem dignidade divina, e Deus tem o rosto humano de Jesus. Deus se mostra em Jesus e, com isso, dá-nos a verdade sobre nós mesmos. Deixar-nos iluminar no profundo por essa palavra é o evento de Pentecostes”, explicou.

Finalmente, o Bispo de Roma destacou que o sopro de Deus é vida. “Ora, o Senhor sopra na nossa alma um novo sopro de vida, o Espírito Santo, a sua mais íntima essência, e, desse modo, acolhe-nos na família de Deus. […] Todos os Sacramentos, cada um de maneira própria, comunicam ao homem a vida divina, graças ao Espírito Santo que opera neles”.

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