Palavra de Deus

Palavra de Deus

Por: Kelen Galvan Da Redação “Nós precisamos colocar a Palavra de Deus como centro de toda nossa vida e da nossa ação, para que ela seja a alma de tudo que somos e fazemos”. Foi o que afirmou o arcebispo de Pelotas (RS), Dom Jacinto Bergmann, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-catequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)

Por: Kelen Galvan Da Redação

“Nós precisamos colocar a Palavra de Deus como centro de toda nossa vida e da nossa ação, para que ela seja a alma de tudo que somos e fazemos”. Foi o que afirmou o arcebispo de Pelotas (RS), Dom Jacinto Bergmann, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-catequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Dom Jacinto destacou que neste mês de setembro, a comissão propôs o estudo bíblico de alguns capítulos do Livro do Êxodo (capítulos 15,22 a 18,27) que falam sobre a travessia do povo de Deus pelo deserto do Sinai – saindo do Egito até a Terra Prometida -, para que diante dos desafios atuais, os cristãos possam se animar na caminhada de fé.

“Essa caminhada teve muitas dificuldades para o povo de Deus e realmente criou muito desânimo porque foi uma caminhada pelo deserto, mas quem alimentou essa jornada foi a Palavra de Deus… Nós também, no caminho da nossa vida, precisamos da Palavra de Deus que nos anima”, destacou o arcebispo, explicando que esse contexto foi um dos fatores determinantes para a escolha do estudo deste mês.

Deus presente na vida do povo

O mestrando em Exegese e Arqueologia Biblica, padre Antônio Xavier Batista, destaca que o Livro do Êxodo narra “a grande intervenção de Deus” sobre a vida do povo de Israel. “A partir dos acontecimentos, alegrias, infelidades, dificuldades e tantas outras coisas que o povo de Deus vai vivendo, Deus vai se revelando, e revelando a sua vontade até formar um povo que possui sua predileção e proximidade”, explica.

Os fatos vividos pelo povo de Israel nessa travessia são os mesmos que vivemos hoje, como explica padre Xavier, pois o povo teve muitos obstáculos para construir a história para qual já era vocacionado, e no auge de suas dificuldades, foi salvo por Deus. “É bem o itinerário de nossa vida, onde na vida concreta é que se constrói a história da nossa salvação. Perceber que não escrevemos nossa história sozinhos e que, mesmo Deus estando sempre presente, o deserto continua sendo um lugar inóspito e de dificuldades”.

O sacerdote afirma que o ensinamento principal é “nunca separar a fé, a presença de Deus, da vida concreta”, mas aprender a “escutar Sua voz” e esforçar-se para “ser fiel a Ele”, para não correr o risco de perder “a Terra Prometida”. “É da fidelidade a vontade de Deus que depende a felicidade do homem, ou melhor dizendo a felicidade duradoura, fora dela tudo se esvai com velocidade”, disse.

Padre Xavier ressalta também que, outra característica especial desse livro, é contar a história de vida de Moisés, que tornou-se a figura mais importante do judaísmo antigo, inclusive no tempo de Jesus.

“A Moisés foi dada a lei, ou seja foi dito o que Deus deseja do homem. Com Moisés acontece a primeira aliança entre Deus e o povo, antes era apenas com os patriarcas e não todo o povo, deixando o sinal que Deus realmente deseja fazer aliança pessoalmente com o ser humano, não com todos, mas com cada um”, disse.

Travessia

O mestrando em Exegese enfatiza que a travessia do Mar Vermelho “faz parte dos momentos mais sublimes” do Livro do Êxodo, porque marca, de verdade, o surgimento do povo de Deus. E esse fato deve ser celebrado de forma perpétua, pois “se não houvesse a superação daquele obstáculo”, o povo de Deus não existiria.

Segundo ele, outro detalhe da travessia é “o Egito que fica para trás”. “É um rito que se traduz num momento de abertura ao novo e ao mesmo tempo de abandono de muitas coisas… ficam para trás projetos e lembranças, no entanto, é do outro lado do mar que está aquilo que os fará realmente felizes, claro, após superar o deserto”, explica.

Mês da Bíblia

Dom Jacinto destaca que o tema proposto para o estudo é “Travessia, passo a passo, o caminho se faz” – com Deus presente em nosso meio, ressalta – e o lema, tirado do capítulo 16, versículo 9, que diz “Aproximai-vos do Senhor”. “[Isso] quer dizer que se nós realmente temos essa presença de Deus em nosso meio, nós nos aproximamos do Senhor, e a travessia no deserto para o povo de Deus, e no deserto dos nossos dias, realmente se torna frutifera. Ao invés de ficar murmurando, nós criamos realmente forças para ser um povo de Deus”.

O mês da Biblia é uma proposta da Igreja no Brasil, que acontece há muito anos, motivada pela Festa de São Jerônimo, no dia 30 de setembro. São Jerônimo foi a primeira pessoa que assumiu a tarefa de fazer a tradução da Bíblia, dos originais hebraicos e gregos, para a língua falada na época – o latim vulgar (popular) – facilitando assim o entendimento do povo às mensagens da Sagrada Escritura. A tradução feita por ele recebeu o nome de Vulgata.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.